About Non-Fiction Fiction

Persistente/farrapos

O tempo continua a fugir, mas eu não consigo fugir disto, permaneço repleto de partículas em suspensão, folhas e farrapos de papel a rodopiar livres e sem trajetória dentro de mim, perguntas e afirmações inúmeras que nunca tive sequer uma oportunidade de proferir, a vontade de gritar feito louco no portão da tua torre até que os guardas tenham pena de mim e me abençoem com uma audiência, cortes de papel que me trituram as entranhas, pequenos rubis de sangue que cintilam na escuridão do meu ser. Os horrores persistem, por palavras emprestadas.

Como lidar com perguntas que nunca terão resposta? Como lidar com uma chama que eclipsa qualquer outra? Como ter a noção de que atingiste a apoteose, que tocaste em perfeição, que as nuvens te beijavam, que tinhas algo tão bom, e que agora rastejas pela pocilga como todos os outros?

Frase enigmática, algo que foi dito com tanta convicção, algo que me questiono se é verdade mas tendo a ir para o “sim”. Ainda quero ter fé e acreditar nas escrituras, porque a alternativa a parecer louco é o ser mesmo.

Raramente escrevo. As palavras têm uma tendência frustrante a emperrar, e precisam de sangue e agonia e dor para fluirem como deve ser. Tenho escrito bastante, e não sei se deva ficar agradecido ou querer lançar maldições.

Não há boas ideias depois das nove da noite. Este texto é prova disso.




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